Natural da cidade de Pignon - Norte do Haiti, Pe. Gustot Lucien conheceu a Congregação dos Missionários Scalabrinianos em 1997, quando estava em discernimento, procurando conhecer carismas de outras congregações. Em agosto de 2000, foi aceito para entrar na congregação, entrando no Seminário São Carlos de Porto Príncipe (Haiti), em 11 de setembro do mesmo ano.
Fez a faculdade de Filosofia no Haiti e, em 2003, foi destinado para fazer o noviciado na Colômbia. Entre 2004 até 2007, fez teologia em São Paulo.
Foi ordenado diácono em 30 de setembro de 2007, em Santos, litoral de São Paulo.
Foi ordenado padre em 12 de abril de 2008, em sua cidade natal.
Como sacerdote, trabalhou em Santa Felicidade no período de 2008 a 2014. Neste período, ficou 4 meses em Manaus, no início da chegada da imigração haitiana.
Em 2014, passou a trabalhar na Conferência Episcopal Haitiana, como secretário executivo e coordenador da comissão pastoral migratória.
Em julho de 2017, retornou ao Brasil, em Porto Alegre, onde ficou um ano e três meses.
A pedido do Superior, retornou a Curitiba - Paróquia São José e Santa Felicidade - em 30 de outubro de 2018.
Um ano depois, em outubro de 2019, seu missionário coração scalabriniano o prepara para um retorno ao Haiti, com uma nobre e importante missão: a de formar novos padres.
Para saber as expectativas do Pe. Gustot para o novo trabalho, a Pastoral da Comunicação conversou com ele.
PASCOM - Pe. Gustot, não completamos ainda nem um ano da sua chegada a Santa Felicidade, e o senhor já está se preparando para uma nova missão?
Pe. Gustot - Exatamente. Estou partindo para uma nova missão, pois meus superiores gerais me consultaram para saber da minha disponibilidade para trabalhar em uma outra missão, com outro enfoque. Aqui nós trabalhávamos, além da Paróquia, com os migrantes; agora eu vou para uma outra experiência na Formação.
PASCOM - E esse seu trabalho na formação de novos padres, como será?
Pe. Gustot - Estou indo trabalhar em Porto Príncipe, capital do Haiti, onde temos um Seminário, o Seminário São Carlos. Lá nós temos jovens que estão na etapa dos estudos da Filosofia. É lá que vou realizar essa nova etapa da minha vida missionária.
PASCOM - E como está o seu coração, neste momento de mudanças?
Pe. Gustot - Eu gosto muito de Santa Felicidade. Disso não temos dúvidas! Neste meu retorno, até pensei que ficaria uns dois, três anos aqui; mas os superiores pediram, me propuseram e eu aceitei, pelo fato de ser missionário. Nós sabemos que assumimos este compromisso de estar sempre disponíveis e dispostos para as necessidades da Igreja, da Congregação. Mas o amor que eu tenho por Santa Felicidade, mesmo de longe, eu vou manter. Aqui foi a minha primeira missão como padre, e isso sempre vai ficar, eternamente.
PASCOM - Nessa nova missão, no Haiti, o senhor fica mais perto da sua família, não é?
Pe. Gustot - Sim. O Seminário fica a menos de 200 quilômetros da casa de meus pais, e um pouco mais das minhas irmãs, que já são casadas. Como o Haiti não é um país grande, sempre que sobrar um tempinho, dá para dar um pulinho na família.
PASCOM - O senhor já conhece a realidade do Seminário que irá assumir? Como estão as vocações scalabrinianas no Haiti?
Pe. Gustot - Nós temos um grupo significante de seminaristas no Haiti. Até junho, quando fui consultado, eu soube que tínhamos 19 seminaristas na Filosofia. No seminário Scalabriniano de Porto Príncipe, já tivemos padres de outras nacionalidades. Por exemplo, na minha época, todos os formadores eram estrangeiros; tive italianos como formadores e brasileiros. Depois, quando os primeiros haitianos foram ordenados, eles começaram a trabalhar na formação.
PASCOM - Como o senhor avalia este tempo em que esteve em Santa Felicidade, no último ano?
Pe. Gustot - Foi um ano muito bom. Mesmo já tendo trabalhado aqui, sempre é uma oportunidade para aprender mais. Nos quase cinco anos em que estive fora de Santa Felicidade, houve, de alguma maneira, certas mudanças, principalmente no que diz respeito à Pastoral do Migrante. Por exemplo, na outra vez não atendíamos tantos venezuelanos. Quanto à acolhida, à receptividade das pessoas, sempre foi uma coisa perfeita, de modo que a minha readaptação não foi difícil.
PASCOM - Na Pastoral do Migrante, aqui no Brasil, o senhor já atuou, além de Curitiba, em Porto Alegre, Santos, São Paulo, Manaus... Com essa experiência, que desafios o senhor vê para esta realidade pastoral da Igreja no Brasil?
Pe. Gustot - Os desafios são muitos. As pessoas que chegam, chegam sem praticamente nada; com culturas diferentes. Isto exige um diálogo muito grande entre as pessoas que estão chegando e nós, que estamos aqui. Além disso, existem desafios econômicos: as pessoa vêm com uma perspectiva de ganhar uma vida melhor , principalmente no que diz respeito ao trabalho. Mas sabemos que o país passa por uma situação bem complicada em termos econômicos, políticos... Como o Papa Francisco sempre diz, devemos acolher, proteger, promover e integrar. Estes quatro verbos, que são muito usados pela Igreja e pela Pastoral, apresentam pistas de como superar tantos desafios, colocando-os em prática.
PASCOM - O senhor se prepara para uma nova missão justamente no Mês Missionário, ainda mais, em um Mês Missionário extraordinário, convocado pelo Papa. Para o senhor, o que é ser missionário?
Pe. Gustot - Para mim, ser missionário é confiar na graça de Deus e ter disponibilidade para se colocar a caminho. Sair, mesmo com todas as nossas limitações, mas sempre com a boa vontade de seguir Jesus.
PASCOM - Padre Gustot, por gentileza, deixe uma mensagem para a comunidade de Santa Felicidade.
Pe. Gustot - Santa Felicidade é um bairro que eu amo, são pessoas que eu amo. Espero que continuem, todos e todas, neste caminho de seguimento de Jesus, dando um testemunho de acolhida aos que chegam nesta terra. Que possamos ser cada vez mais pessoas com muita receptividade no coração. Santa Felicidade ficará para sempre no meu coração.
MISSAS DE ENVIO MISSIONÁRIO
Sábado, 12 de outubro - 10h
Local: Praça San Marco
Segunda-feira, 14 de outubro - 19h
Local: Igreja Matriz