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"Ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos"



Os textos de segunda-feira santa nos fazem sentir que estamos começando a escalada para a Páscoa.


De fato, a Igreja medita a história do gesto de Maria de Betânia, que traz um vaso de perfume precioso, um sinal de seu amor por Jesus. Seu gesto é profético, é o gesto de amor que ela realiza e que já revela o drama que logo acontecerá: Jesus será crucificado e enterrado.


Este episódio destaca o não conformismo de Maria. Ela desafia o proibido. Ela não se importa com o que dizer.


A reação do Judas à cena é: indignação virtuosa. Judas protesta: Um cheiro de "trezentos dólares" desperdiçados de uma só vez enquanto há pessoas sem-teto que estão morrendo de fome! Então «Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários para se dar aos pobres?» (Jo 12,4-5). O que disse não é nenhuma barbaridade, estava de acordo com a doutrina de Jesus.


No entanto, o protesto de Judas é a queixa dum que atuam mal perante os que procuram fazer as coisas o melhor que conseguem. Logo, o protesto de Judas não tem nenhuma utilidade, apenas leva à traição.

Maria unge os pés de Jesus e seca-os com os seus cabelos, porque acredita ser o que deve fazer. É uma ação pintada de excelente magnanimidade. É um ato de amor e, como todo o ato de amor, difícil de entender pelos que não o partilham.

Na quinta-feira Santa, Jesus lavará os pés de seus discípulos. Eles, por outro lado, precisam lavar os pés de seus irmãos que são os “pés” de Cristo que existem neste mundo.

Só assim, podemos amar ao nosso Senhor Jesus.


Pe. Richard Gerard, CS

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